2009年3月4日 星期三

Prédios têm falhas em comum

Visão da rua prejudicada é um dos erros de quatro edifícios assaltados este ano, segundo especialista

CAMILLA HADDAD, camilla.haddad@grupoestado.com.br

Os quatro prédios alvo de arrastões na capital desde janeiro apresentam falhas em comum na parte de segurança. A convite do JT, Luiz Carlos Andrade, diretor da Rudi Consultoria, empresa que presta serviços no setor, visitou os condomínios. Em nenhum dos imóveis havia portarias distintas para morador e visitante. As câmeras também não tinham a chamada “visão panorâmica” da rua e estavam voltadas para entrada e saída do condomínio.

“É fundamental que o porteiro do prédio possa ver a movimentação em toda a rua. O criminoso pode aparecer de um ponto que o funcionário não tenha visibilidade”, afirma o especialista. Ainda segundo Andrade, dois dos prédios visitados, um nos Jardins, zona sul, e outro em Higienópolis, na região central, têm portarias recuadas, bem distantes da entrada do prédio, o que também dificulta a visão dos funcionários. “Isso é comum em edifícios mais antigos”, lembra. “Mas sempre dá para modificar a estrutura.”

No prédio de Higienópolis, por exemplo, os bandidos fizeram o arrastão à noite, quando um dos moradores saía para levar o cachorro para passear. Ele foi rendido por um homem armado, aparentando ter 30 anos e vestindo moletom azul e boné preto, que entrou no prédio e anunciou o assalto. Em seguida, o bandido usou um telefone celular para acionar seus três comparsas.

“A guarita desse prédio não é operacional. Fica nos fundos. O porteiro não enxerga nada nos lados”, diz o consultor. De acordo com Andrade, para piorar a situação, no momento em que a reportagem chegou ao local, o funcionário conversava com uma pessoa e estava totalmente distraído. Além disso, a região onde fica o prédio é totalmente escura. O poste de luz em frente ao edifício está coberto por uma árvore. “Os moradores podem pedir que a Prefeitura faça a poda”, orienta. No mesmo prédio, enquanto o morador saía de carro pela garagem, o portão ficou 17 segundos aberto, deixando a passagem livre para criminosos. O ideal são 10 segundos.

Já no prédio dos Jardins, apesar da grade alta, com cercas elétricas, o especialista diz que a eletricidade estava desativada e nas grades havia grande quantidade de vegetação atrapalhando a visão. Outro alerta feito por Andrade refere-se à falta de portarias diferentes para visitantes e moradores. “É importante separar as entradas e ter aquelas gaiolas”, diz. O consultor diz que, em caso de pânico, uma dos portões pode ficar bloqueado e a pessoa fica “presa”, sem conseguir ter acesso ao prédio no caso de roubo.

No condomínio de Perdizes, que sofreu o arrastão mais recente do ano, outro flagra: o faxineiro demorou 15 minutos para levar o lixo da garagem para a rua. Enquanto isso, o portão ficou aberto e sem vigilância. “Um prédio desse porte poderia ter outro funcionário para dar suporte”, orienta Andrade. Já a portaria, por se tratar de um prédio mais novo, estava no local correto: na entrada.

Na Lapa, o condomínio cercado de escritórios apresentou problemas encontrados nos outros três imóveis: tinha arbustos de grande porte e as câmeras de segurança estavam voltadas para a portaria. “É preciso deixar câmeras com vários direcionamentos.” Também no edifício mais uma falha: a cerca elétrica deveria ser mais alta, por causa do muro baixo. “O certo seria seis hastes de cerca e não quatro, como vimos”, afirma o especialista.

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