2009年3月6日 星期五

Bairro faz mutirão antiviolência

Vizinhos de faculdade onde houve estupro no sábado contrataram até segurança

CAMILLA HADDAD, camilla.haddad@grupoestado.com

Moradores das imediações da Faculdade Oswaldo Cruz, na Barra Funda, zona oeste da capital, onde uma aluna foi estuprada no sábado, já estavam alarmados com a falta de segurança na região. Há cinco meses, 270 condôminos de um prédio de classe média na Rua Lopes de Oliveira, próximo à instituição, se uniram e começaram a pagar vigias para fazer rondas na calçada. Os dois funcionários trabalham 24 horas.

“Eu morava na Pompeia até setembro. Desde que me mudei para cá, só ouvi falar de assaltos e até tentativas de estupro no bairro”, contou Patrícia Esperança, mãe de um aluno da faculdade. Ela explicou que no trecho mais “complicado”, a Rua Capistrano de Abreu, ao lado da linha do trem da CPTM, dava medo de passar. “Agora temos vigilantes.”

Segundo Walmir Brasiliano, zelador do edifício responsável por contratar os vigias, a rua sempre serviu como depósito de lixo, abrigava moradores de rua, usuários de droga e acabava atraindo marginais. “Posso dizer que depois de nossa iniciativa, 99% dos problemas foram resolvidos.” O zelador explicou que um dos vigias já evitou um assalto.

“A ideia começou depois que convidamos comerciantes e donos de casas da rua, além da Prefeitura, que retirou os entulhos e removeu os moradores. Você passa aqui domingo e vê gente andando com cachorro e fazendo caminhada. Antes era só de carro.”

O empresário Clóvis Pereira Peixoto, um dos parceiros, hoje respira um pouco mais aliviado. “Eu já via até desova de corpos aqui.” Ele lembra que após assaltos, criminosos pulavam o muro da CPTM para fugir. “Estamos mais seguros.” Peixoto afirmou ter pedido um auxílio para a companhia aumentar o muro.

Apesar de elogiar os vigilantes, Marina dos Santos Silva, missionária da Igreja Assembleia de Deus, outra parceira, faz um alerta. “Melhorou a segurança em geral, mas temos uma passarela preocupante. Tem uma senhora que toca na nossa orquestra e precisa vir com o filho de tanto medo. Outra já foi assaltada na estrutura”, disse. “Quem sabe aos poucos vamos resolver isso.”

O gerente geral de operações da CPTM, Francisco Pierrine, confirmou que o muro foi aumentado em meio metro a pedido dos moradores e que, além disso, foram colocadas lanças de ferro para evitar que pessoas pulem para a área dos trilhos. “Foi uma solicitação por conta da violência e apesar de não ser um pedido comum, a intenção é aproximar a comunidade de nós”, disse.

O subprefeito da Sé, Amauri Pastorello, disse ontem que existe um projeto para a passarela que ainda é alvo de ladrões. Ele pretende trocar as estruturas de concreto, que ‘escondem’ os pedestres, por grades. “Não é algo que custe tão caro”, afirmou. Segundo Pastorello, a iniciativa dos moradores da região ajuda a manter o local limpo e sem violência. “Nós fizemos o jardim, iluminamos e outros reparos são mantidos graças aos moradores do bairro”, disse. “A rua estava acabada, destroçada”, comentou.

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